quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Preciso comer mais brigadeiro


Existe, a meu ingênuo ver, uma diferença grande entre os teóricos das Letras e os teóricos das Artes Cênicas. Ontem, nas minhas andanças atrás de um emprego, entrei com Diego numa exposição sobre a Índia. Reparei e comentei que o semblante das esculturas indianas eram mais relaxadas, felizes e até mangadeiras, enquanto que as esculturas cristãs sempre me deram um pouco de medo, pois são tristes, melancólicas e com cara de enterro. Taí! Os letrados, com todo respeito aos meus caros amigos, têm cara de enterro. Parece que seus textos DEVEM ser chatos e difíceis. Já os textos dos teatrólogos me surpreendem por parecerem mais despojados, divertidos e até mais aventureiros. Eles comem chocolate sem culpa. Nós de letras temos aquele estigma de que sabemos muito bem gramática e ortografia. Não nego que aprendi a escrever melhor durante o meu curso... Mas sofri os olhares cortantes dos sábios mais sábios do mundo quando disse que li " O caçador de pipas", que adoro "Mulheres de Areia" e que não sei gramática. Ê laiá... Achei o meu curso meio chato. O que me salvava eram os meus amigos e as aulas de Literatura Comparada em que a gente só fazia escutar samba. Não posso nem descer o cacete no curso, sou suspeita, não gostava dele mesmo. Devo ter pulado alguns outros textos legais que talvez existam na linguística. Chomsky, Saussure, Travaglia têm gosto de fígado! Estou exagerando... Mas que tem o ransinho.. Ah tem. Considero um texto gostoso aquele que me amarra bem apertado. Tem que rolar uma paixão louca que me faça largar tudo e viver pro dito cujo, nem que seja por alguns minutos.
Lendo Spolin, Koudela e Stanislavski (ô, herança do academicismo) me senti como se estivesse sozinha em casa comendo brigadeiro embolotado e quente com manteiga derretida em cima. Rapaz... Acho que vou engordar nesses próximos meses.

E pra quem estiver no Rio: http://www.bb.com.br/portalbb/page511,128,10154,1,0,1,1.bb?codigoEvento=4392